terça-feira, fevereiro 08, 2011

Sentimentos profanos.

      


      As palavras são rostos que doem dentro de mim, sorrisos que não valorizei, vozes que calei quando as deveria ter ouvido, tal como os sentimentos são cortinas manchadas de dor que nunca mais voltei a abrir e murmúrios inconstantes à beira de mil abismos que fito do alto deste pedestal de amor.
     Existem controvérsias no meu passado lamacento, tantos extremos de ódios e amores, carinhos despidos de tabus vinganças frias e desumanas como a flagelação que se olha em cicatrizes que nunca desaparecerão da pele…
     Hoje chorei por dentro, com a face imóvel perante a incapacidade de verter o sal que se apodera da minha alma. Perdi imensos sorrisos e ganhei vazios abismais de névoa e remorsos, emoções antigas que quando me assolam a mente parecem sonhos distantes que apenas vivi na minha imaginação. Hoje tudo perdeu o sentido dentro das paredes do meu quarto, na sensação de ver a noite murmurar silêncios dentro do sono intencional de quem dorme… Podia acabar com tudo, fechar os olhos e ignorar a voz do meu audaz veneno, dormir profundamente, e não acordar jamais.
    Podia guardar-me nas horas, ou simplesmente perder-me no álbum de fotografias mental que trago de cada vivência sorridente. No entanto, é esta existência sublime que me compreende as correntes de fúria e horror…Não posso querer fechar as palavras soluçadas deste choro comovente que calo dentro de mim, ou aprisionar a fraqueza e os suspiros de amor que tanto faz doer. (M. M.).

Decomposição.

Mesmo que tudo que escrevo soe deprimência, tristeza e desilusão, falo e reafirmo que este é o meu estado de espírito após algumas petulâncias da vida. Estou em fase de decomposição: sentimentos parasitas estão a acabar com minha frágil alma, detonando meus pensamentos, me fazendo refém de lembranças do passado e inoperante diante das situações atuais. Quero mas não quero. Sinto mas não sinto. Espero mas não espero. Explosões de lágrimas ocorrem constantemente, veneram minha tristeza e saudade de quando tudo era lindo e perfeito. Saudade de quando havia flores mas eu que não as enxergava. Já não sei se existem flores...o escuro me impede de ver. Não estou conseguindo ver adiante. O futuro não parece estar me esperando. Penso que tudo que eu tinha, já não existe mais. É isso mesmo, estou perdendo a esperança pela vida. (M. M.)