Com o telefone em mãos, recebo a notícia. Sua voz soou feliz, satisfeita, confiante. Bateu em meus ouvidos como uma pedra, que no instante não permitiu-me que eu entendesse o significado das palavras que falara. Quando dei por mim, o coração estava acelerado, tomado por adrenalina. Quis não acreditar, mas foi inútil. O coração já havia recebido a mensagem. O choro foi insegurável, não foi possível ao menos prendê-lo na garganta. Eu precisava vê-lo, ouvir que não era verdade. Mas, sim, era verdade. O desespero tomou conta, comecei a lembrar de todos os momentos, promessas, palavras, ditas ao longo do nosso tempo juntos. Em pequenos instantes, tudo caiu por terra. Senti que meu castelo de sonhos desabara, perdendo o sentido de tudo. Estou assim, desconsolada. A distância dói, antes mesmo que ela acontece. Perdi a noção dos limites, meu mundo encolheu-se em pequenos passos. Quero parar no tempo. Parar por aqui porque nada parece estar fazendo sentido. Estou sentindo ausência. Ausência de carinho, de companheirismo, de amor. Sinto como se estivesse em um mundo com apenas eu, e esses sentimentos avassalores incluindo a dor perturbante da distância. Não, eu não sei viver longe de você. Ao mesmo tempo, penso que preciso esquecer de tudo, esquecer um pouco de você. A minha vida não deveria resumir-se em apenas você. Pois é assim. Eu confiei em todas as suas palavras, acreditei nos seus sentimentos. Dei-me por inteira, de coração, fiz me refém do seu amor. Agora, lágrimas são amargas. O choro insiste em permanecer, eu já não sei mais o que farei.(M. M.)
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