sexta-feira, janeiro 07, 2011

Saudade.

 E ao acordar, senti a dor que me tocou no coração. Um leve aperto no peito, me fez buscar no fundo dos meus pensamentos a sua imagem que em memória estava camuflada. Lembrei-me nítidamente das noites e madrugadas que ao me sentir só, você que estava ali, despejando palavras de carinho e consolo. Não, eu não queria tê-lo como um amor, namorado ou algo assim. Eu precisava da sua amizade. Sua presença, seu sorriso, seus conselhos, seu abraço, seus olhos e até suas piadinhas que me faziam rir tanto que até te deixava sem graça depois. Lembro-me dos seus lamentos, das suas dores, tristezas, desabafos e incordialidades causadas pela vida. Seu ciúme, suas desavenças mesmo que traziam algum desconforto, fazia parte de você. O tempo passou. Sim, ele passou. E com os ventos se foram as proximidade e veio a distância que permeou entre nós. Fora despercebido momentos de tristeza, palavras de consolo, carinho e amizade não existiam mais. Afinal, nem mesmo palavras. Tudo estava normal. A rotina estampava a comodidade, e fez nos esquecer de certos atos.Tanto tempo depois... E quando menos eu esperava, o telefone tocou. Após repetidas perguntas recebi a mais dolorosa resposta: "Sim, ele se foi. A morte o tomou". O tempo parou, tudo parecia imóvel, sentia apenas o coração batendo e todas as lembranças passando como um filme na cabeça. Quando voltei para o meu consciente, percebi que a realidade era amarga. O choro tomou conta, desespero, arrependimento, tristeza... "Porquê?"
É exatamente esta pergunta que permanece dentro de mim. Hoje penso o quanto eu poderia ter sido mais útil para você. Mais compreensiva, mais amiga e participativa nos muitos sofrimentos seus. Voltar no tempo já não dá mais. Sua ausência é dolorosa, amarga, fria, consternada, indiscutivelmente triste. Mas sim, você está em memória. Entre flores e pensamentos, ali está você. (M. M.)

"Sua ausência fazendo silêncio em todo lugar..."

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